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Lembranças
Amigos, conheci o Max em 1995, e com ele toquei no Dinastia, uma
brincadeira despretenciosa em cima do repertório do KISS, e depois
no Mantra, junto com o Alex. Foram anos muito divertidos e animados,
e mesmo os rumos da vida e da música tendo acabado por nos distanciar,
as lembranças são as melhores possíveis. Ensaios, shows, festas
na casa do Alex, até nas aulas particulares de física que eu dava
para ele de vez em quando, a gente se divertia.
Infelizmente, essa distância também acabou por não me deixar saber
que seu estado de saúde se agravara. Fui visitá-lo no hospital após
a primeira cirurgia, e chegamos a nos ver algumas vezes depois disto,
e, não sei se por bem ou não, o fato é que não acompanhei o quadro
se agravar. Guardo dele a imagem que sempre tive, de vivacidade,
alegria e empolgação com tudo que se envolvia.
Recebi a notícia quase um ano depois, através de um amigo comum,
e fiquei, muito, mas muito triste. Pelo músico, que tinha tudo para
ser um dos expoentes da música de qualidade, que neste país ainda
luta por seu espaço, e também pela pessoa, de coração puro, amizade
e alegria infinitas.
Queria deixar um abraço para o "seu" Daniel, que sempre me tratou
com muito carinho e sempre fez de tudo para que o Max pudesse externar
o talento dele. Tenho certeza que lá no andar de cima o Max está
convencendo o pessoal que tocar guitarra é muito mais maneiro que
tocar harpa.
Um grande abraço,
Arthur de Souza Brasil (ex-baixista do Mantra)
www.cactuscream.com.br
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A
primeira vez que falei com Max foi ao telefone. Me ligou dizendo
que tinha assistido um show da minha banda e que tinha gostado muito
do som. Confesso que foi a primeira vez em minha vida que "um desconhecido"
me liga para dizer que gostou da música que faço. A medida que conversávamos,
fiquei muito curioso e surpreso com a determinação com que me falava
de como a música era importante na sua vida e de como queria construir
algo com ela. Então ele me convidou para assistir um show de sua
banda pois afinal já tinha visto a minha - apesar de não termos
nos falado depois da apresentação.
Então, lá fui eu assistir este garoto cheio de determinação e vontade
de tocar. Sua banda tocava covers de rock e músicas próprias. Eu
estava aguardando o show e as cortinas estava fechadas. Já fiquei
com os ouvidos ligados ouvindo um som de guitarra seguro e forte
por detrás das cortinas. Então a música começou a rolar e as cortinas
foram abertas. O meu olhar imediatamente se direcionou para o guitarrista
que dominava totalmente o palco. Só posso dizer que fiquei hipnotizado
com a presença de um guitarrista que tocava com tamanha energia
que era impossível não se contagiar com ela. Este guitarrista tocava
cada música como se fosse a música mais importante de sua vida.
Sua confiança e força ficavam visivelmente claras na forma como
tocava - a forma como segurava a guitarra, a forma como sentia cada
nota que dava.
Fiquei impressionado e paralizado do início do show até o fim. É
raro ouvir um músico que consegue colocar a sua alma no que toca.
E eu estava diante de uma pessoa que conseguia fazer isso de um
jeito muito simples e claro. Eu podia sentir o que ele estava sentindo
- uma alegria tremenda em tocar algo que fazia sentido para sua
vida e que o deixava completo. Sim, este guitarrista era o próprio
Maximiliano Santiago, o Max. Depois do show, fui cumprimentá-lo
e dizer que tinha adorado o show. A partir daí, iniciamos uma amizade
(pessoal e musical) que durou o tempo necessário para eu saber e
aprender o que é ter derteminação, coragem e entrega no que se faz.
Max era assim. Um espírito de alma aberta para a música.
E só me resta dizer que, como grande fã e amigo, eu sei que estás
vivo na vida de todos que você tocou.
Muitas saudades...
Paulo Andrade (Baixista da Fusão)
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Conheci Maximiliano, num workshop de um grande guitarrista Frank Gambale que veio ao RJ fazer uma aula lá no Rock in Rio Café. Mais tarde , sem saber que estava participando fui assistir o musical de Oswaldo Montenegro o tão consagrado “Dança dos Signos”. Percebi um cara tocando guitarra que já tinha sido apresentado. Realmente foi muito bacana sua apresentação na peça já que tocou muito bem. Depois da peça, fui falar com ele e parabenizei pela sua atuação.
Mais tarde, fui a casa de um amigo incomum Roberto Scripilliti. Maxi estava lá e ficamos batendo altos papos durante a madrugada, falando sobre música e suas experiências tocando com artistas.
Depois mais tarde, fui convidado para assistir ele no “Merci”. Já haviam me falado dele como grande guitarrista mas não tinha visto um show pessoal dele. Realmente fiquei impressionado com o que vi, muito talento mesmo, pensei comigo: Esse garoto vai longe!
Depois mais tarde, fiquei sabendo que tinha contraído uma doença grave, mas cheguei a encontrá-lo na Rua Visconde de Pirajá em Ipanema, voltando da faculdade. Batemos um papo rápido e ele me disse que ia fazer outro show e pediu para eu aparecer lá. MAIS TARDE, cheguei a encontrá-lo no show do Steve Vai também.
Foi a última vez que falei com ele, já que soube mais tarde por amigos que ele tinha falecido pelo final do ano.
Fiquei chateado, pois é difícil você se conformar com a morte, e de uma pessoa tão jovem em especial. Assim que soube da sua passagem para outra vida, ascendi umas velas e pensei comigo: Apesar de sua pouca estadia nesse plano, tenho certeza que num outro você está muito melhor que nós.
Mais uma iniciativa de coragem. Fiquei sabendo do Projeto que sua família está patrocinando para realizar seu sonho. Uma atitude louvável, sem dúvida.
Tenho plena convicção que Maxi está “olhando” lá de cima , e se orgulhando da atitude de seus familiares e amigos.
MICHEL WEBBER COSTA NOVO
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